quinta-feira, 28 de abril de 2016

11° Dia 30/04/2016 - Laguna Colorada a Uyuni

Como prevíamos a noite foi muito fria, meu termometro na barraca marcou -9,5 graus. Tinha levado para a barraca uma garrafa de água de 600ml e de manhã encontrei ela totalmente congelada. A bateria do celular que estava em 80% caiu pra zero.
 Mas não tem jeito, temos que sair do saco de dormir quentinho e enfrentar o frio.
Acordamos as 7:30, com a temperatura de -7,5 graus. Quando abri a barraca tive uma imensa surpresa, um super visual da laguna colorada.
 Tomamos um café reforçado com pão, pasta de atum, mel, chá, café e um chimarrão com folhas de coca, e seguimos ao mirante para apreciar a vista e tirar algumas fotos.
 Perto das 9:00hs retornamos ao carro para seguir viagem, quando estávamos saindo do local onde acampamos vieram dois guarda parque dizendo que tínhamos que sair, porque não poderíamos ter acessado o local. Explicamos a eles que entramos a noite e que não vimos nenhuma placa avisando da proibição.

Seguimos para a Arbol de Piedra. Um trecho de estrada horrível, muitas costelas de vaca, parecia que o carro iria desmontar, levamos mais de uma hora para percorrer esse trecho. Nesse trajeto passaram por nós várias carros de agências de turismo, Land Cruiser e Nissan Patrol, e passavam pela estarada numa velocidade muito alta, como se aquela estrada horrível fosse um asfalto. E nós a 20Km/h! Fazer o que, estamos muito longe de casa ainda para arriscar a quebrar o carro. Vamos devagar.
 As 10:00 a temperatura já tinha subido para os 3 graus e as 11:00 chegou aos 10graus, isso que estávamos a 4595m de altitude.
Paramos na Arbol de Piedra, que já estava cheia de turistas, tiramos algumas fotos após esperar as vans de passeio irem embora e seguimos em direção a Laguna Kara.
Chegamos na Laguna Kara as 11:20hs.

 Tiramos algumas fotos, apreciamos a beleza do lugar e seguimos para a Laguna Cachi.

Por volta do meio, quando estávamos próximos a Laguna Cachi, vimos que o suporte da barraca que fica na caçamba havia quebrado. Pudera, com tantos buracos!! Mas o vento era tanto que nem paramos para arrumar, seguimos em frente, passando pela Laguna Pastos Grandes e logo após paramos ao lado de umas pedras
para nos abrigar do vento o fazer nosso almoço, afinal já passava das 14:00hs.


 Fizemos um belo churrasco admirando aquela paisagem maravilhosa, mas o danado do vento nos atrapalhou bastante para fazer o fogo pegar.
 Saímos do nosso local de almoço as 15:20, e a essa hora a temperatura já estava 19 graus, mas com o vento a sensação térmica era muito menor.
 Rumamos em direção a Vila Alota, agora com estradas bem melhores. Uns 10 Km antes de chegar a pequena vila o transito estava parado porque havia máquinas na pista, mas a parada foi rápida.
 As 16:00 hs já estavamos em Culpina K, um vilarejo maiorzinho, com casa de artesanatos, banheiros e muitas lhamas.
 Logo após chegamos a cidade de San Cristobal, essa cidade já possui um posto de combustível. Vimos também um mercado público e uma feira de artesanatos. Ah, e inclusive uma pequena pizzaria. San Cristobal é uma cidade minerador, e inclusive possui uma mina de mesmo nome.
 Continuamos seguindo pela ruta 701 e quando faltava uns 20km pra chegar a cidade de Uyuni fomos parados em um blitz policial. Checaram nossa documentação e nos liberaram.
 Chegamos a cidade de Uyuni as 17:00hs, rodamos um pouco pela cidade e logo encontramos um calçadão onde havia muitos barzinhos com vários mochileiros. Paramos para tomar algumas cervejas bolivianas, conectar internet para dar notícias as famílias e ao mercado público conhecer um pouco da tradição do local.
 Gosto de visitar os mercados públicos das cidades para conhecer as frutas e comidas do povo local. É um local que se consegue muitas informações e um contato muito bom a população local. E lógico, se compra bons produtos a preços muito acessíveis. Para algumas pessoas esses mercados, principalmente na Bolívia, podem ser muito sujos, mas é assim a vida deles, e se queremos vir pra cá, vamos compartilhar disso também. Outra curiosidade dessa cidade são as mercearias, parecem as antigas lojas de secos e molhados, com os produtos todos amontoados e muita coisa a granel.
 Aproveitamos para comprar comida para nossa próxima etapa da viagem, o salar, já que lá não iremos ter acesso a nada.
 Após nossas compras resolvemos procurar um hostel, para tomarmos um banho e entrarmos amanhã no salar limpinhos! hehe


10° Dia 29/04/2016 - San Pedro de Atacama a Reserva Nacional Eduardo Avaroa (BO)



                Hoje é o dia!


                Acordamos com um sol maravilhoso nos chamando pra estrada. De café da manhã fizemos ovos mexidos, chimarrão e café com leite quentinho. Fechamos as barracas e por volta das 10:30 hs estávamos saindo do camping, pagamos mais $27.000 pela noite dormida no camping e seguimos ao centro para ir ao mercado reabastecer a cozinha para a Bolívia.              Compramos apenas comidas industrializadas, já que iríamos atravessar a fronteira. 


                Quando estacionamos na aduana em San Pedro do Atacama constatamos que o pneu traseiro da pick-up estava meio baixo e por precaução fomos procurar uma borracharia. O pneu estava com um pequeno furo, mas poderia se transformar em um grande problema na Bolívia, já que iríamos ter que rodar muitos quilômetros até chegar a próxima cidade.




                Voltamos a aduana, fizemos os tramites de saída do Chile e seguimos pela Ruta 27 em direção ao Paso Hito Cajón. Nesse trecho da estrada, subimos 2.000 metros em aproximadamente 30 Km. Foi uma subida forte e os sintomas da altitude começaram a bater. San Pedro de Atacama está a 2.400 metro de altitude e chegamos logo aos 4.500m. Ainda bem que no chimarrão da manhã eu tinha adicionado algumas folhas de coca.






 Caminho de San Pedro para a Bolívia, com Vulcão Licancabur ao fundo.


                Chegamos a aduana da Bolívia, fizemos nossa entrada no país e fomos informados que a entrada do carro deveria ser dada na localidade de Apacheta, junto a uma fábrica de produtos químicos. Por precaução, eu já tinha feito a Declaração Jurada pela internet no Brasil (declaração que deve ser feita ao entrar com carro na Bolívia, com pena se ter o carro apreendido pela polícia caso rode sem a mesma), pois sabia que haveria esse enrosco.

                 
                 Seguimos a estrada e logo chegamos na entrada da Reserva Nacional da Fauna Andina Eduardo Avaroa. Nesse local pagamos B$ 150 por pessoa para entrar e aproveitamos a lanchonete para pegar um pouco de água quente para nosso chimarrão. A estrutura ali na entrada da reserva é boa, conta com uma lanchonete e também um hostel. 
 





                Partimos em direção a nossa primeira atração, as Lagunas Verde e Blanca. Ali havia um pessoal com um bote na água e acampado em uma Land Cruiser na beira do lago, acredito que estavam fazendo algum estudo, já que estamos dentro de uma reserva natural. Tiramos algumas fotos e continuamos seguindo estrada até chegar no Desierto de Salvador Dali. 





              O Desierto de Salvador Dali é um conjunto de rochas de cores variadas que não parecem estar ali por acaso da natureza, parece cada pedra foi colocada sobre a areia, como se tudo fizesse parte de um quadro gigante. Segundo informações o pintor espanhol nunca esteve na Bolívia, mas mesmo assim esse local recebeu seu nome. Aproveitamos o local para fazer nosso almoço, um belo churrasco com a carne que tinha sobrado da noite anterior.










                Saímos em direção a Apacheta, local onde precisaríamos passar para dar a entrada do carro. 
No caminho ainda passamos pelo Geyser Sol de Mañana. Chegamos lá perto das 16:00hs.
 
                Toda a região tem uma intensa atividade vulcânica e nas crateras pode ser visto fumarolas e geysers 
soltando vapores de água. A área tem 1.000 Km². A atividade é mais intensa na parte da manhã, por isso o nome. 
O cheiro de enxofre é muito forte, mas o visual é muito bonito.
 
 
 
 
 
 
 
                Conseguimos chegar a tal fábrica perto das 18:00hs, e pra nossa sorte ainda conseguimos fazer os tramites, 
já que o local encerra as atividades as 18:00hs. O local fica em uma fábrica de ácido bórico, chamada Tierra S.A. 
Quando chegamos lá estava muito frio, e no entorno do escritório ainda tinha muito gelo. O oficial da aduana foi
 muito atencioso e fez a documentação rapidinho,e ainda nos fornceu um pouco de água quente para fazer mais
 um chimarrão. Eu estava me sentindo meu mal e o chimarrão quentinho com as folhas de coca me ajudaram.
 Ali estavámos a 5.033 m.n.m.
 
 
 
                Continuamos seguindo, e quando o sol começou a baixar, bateu bem de frente no parabrisas, que com 
a tempestade de areia que pegamos no Campo de Piedra Pomez estava todo lixado e atrapalhando a visão. 
Tinhamos que dirigir com a cabeça pra fora do carro tomando um ventinho de 7° na cara!! São os perrengues de
 uma expedição.
 
 
 
 
                Quando a noite já tinha caido conseguimos chegar na Laguna Colorada. Fazia muito frio e ventava. 
Encontramos um local na beira da laguna, estacionamos o carro e decidimos comer ali dentro mesmo. Pão com 
patê de atum. O Vande e o Rick decidiram dormir dentro do carro por causa do frio e eu sai para abrir a 
barraca. Pensa no frio. 
 
                Tirar a lona da barraca com os dedos quase congelados não foi uma tarefa muito fácil. Subi para barraca 
e tratei de colocar muita roupa pra dormir, pois a noite seria gelada.

9° Dia 28/04/2016 - Passando o dia em San Pedro de Atacama



                Depois de uma noite bem dormida, sem passar frio, acordamos por volta das 10:00hs, com um dia lindo de sol e céu azul. Fizemos um café bem reforçado no camping e seguimos ao centro de San Pedro de Atacama.
                Sentamos em um barzinho chamado La Plaza, na praça central. Tomamos algumas cervejas Austral e ficamos ali curtindo o vai e vai de turistas. Eram franceses, americanos, japoneses e gente de toda parte do mundo, até alguns brasileiros hehe. Aproveitamos também a internet do bar para dar notícias as famílias, transferir as fotos das gopros e também atualizar o blog. Um fato interessante é que aqui a maioria dos restaurantes, bares que tem wi-fi, não liberam a senha, eles pegam o celular e eles mesmo colocam a senha no aparelho, e no outro dia você não consegue acessar mais a internet, pois eles mudam a senha sempre.




                Pagamos nossa conta, $28.160, cerveja mais uma tabla de carne, já que o garçom não poderia nos servir cerveja se não consumíssemos alguma comida, e saímos para dar uma olhada nas lojas, já se passava das 16:00hs. O Rick precisava comprar meias, pois estava se queixando de frio nos pés e aproveitamos para ir a farmácia comprar protetor solar, pra enfrentarmos o Salar do Uyuni, nosso próximo destino.




                Feitas as compras, passamos no posto para abastecer o carro e também os tanques extras, já que a Bolívia não tem diesel S-10. Gastamos $60.000,00 para encher todos os tanques. O preço do diesel ultra, que corresponde ao nosso S-10, custa $429,00. Voltamos ao camping e utilizamos a parrileira da área das barracas para fazer uns chorizos. Tomamos alguns fernets com coca, pisco e cama.
                Amanhã o dia promete, vamos seguir a Bolívia, rumo ao tão esperado Salar.

8° Dia 27/04/2016 - Catua, Paso Sico, San Pedro de Atacama



                 Acordamos cedo, já que dormimos em um galpão e não sabemos como vai ser nossa recepção, então decidimos sair antes que alguém chegue. Temos visto que por aqui a agitação nas vilas começa só depois das 9:00 hs, acredito que pelo frio constante.
                Seguimos de Cátua ao Paso Sico, fronteira Argentina/Chile pela Ruta 51, fizemos os tramites de entrada no Chile sem maiores problemas e seguimos agora pela Ruta 23.


                Na Ruta 23, perto das 10:00hs da manhã passamos pela Laguna Tuyacto, tiramos algumas fotos e seguimos para nossa próxima atração, as Lagunas Miscanti e Miñiques, que ficam próximas da Ruta 23. Chegamos ao Parque as 12:00hs, pagamos $3.000 por pessoa e entramos. As Lagunas fazem parte da Reserva Nacional Los Flamencos, e são duas lagoas gigantes de água bem azul e ao seu fundo, várias montanhas e vulcões.



           





                Saíndo do parque fizemos uma parada forçada, o combustível estava na reserva. Paramos, abrimos a caçamba e fomos para a faina de fazer a transferência de combustível.

                                                                           Vande transferindo diesel do tanque extra.
                Conseguimos chegar a San Pedro de Atacama, nosso destino final do dia por volta das 14:00 hs. Com muita fome, já que não tínhamos tomado café e nem almoçado ainda, fomos direto a praça da cidade comer e arrumar internet para mandar notícias. Almoçamos no restaurante Peregrino Dolce y Salgado umas hamburguesas con avocado, que estavam uma delícia, ou era a fome.
                Agora alimentados aproveitamos o que nos restava do dia para fazer alguns passeios rápidos, próximo a San Pedro. Fomos direto a Pukara de Quitor, mas a galera estava muito cansada para andar até em cima da montanha, então fizemos meia volta e seguimos para o Valle de La Luna. Demos uma volta gigante e avistamos o vale pelo lado de cima, onde agora já tem estrutura de cobrança e até um mirante. Tiramos algumas fotos e seguimos para a entrada principal. Por qualquer entrada que se passa, pagasse uma vez e pode entrar em qualquer lugar naquele mesmo dia. Fomos até o final da estrada, onde encontram-se as 3 Marias, depois fomos voltando, e acabamos parando para ver o por-do-sol no Anfiteatro. Fizemos a caminhada até o topo se arrastando, e quando chegamos la conseguimos pegar só o finalzinho do espetáculo. A vista lá de cima é muito show, e com o por do sol fica ainda mais belo. Tirada as fotos, feitos alguns vídeos e voltamos a rua principal do parque. Antes de ir embora ainda conhecemos a Caverna, mas como já estava muito escuro fizemos só uma parte dela, até porque eu (Dionei) e o Vande já conhecíamos, e o Rick não estava muito animado.





                Saímos do parque e seguimos direto para a cidade, procuramos um camping e acabamos ficando no camping Los Abuelos a um preço de $9.000 por pessoa. Local bem agradável, com banheiros muito bons, água quente e mesas com churrasqueiras e pias, porém nesse local não conseguimos chegar com o carro, o local era apenas para barracas de chão.
                Após o banho fomos ao centro procurar algo para comer. Acabamos sentando no restaurante Lola, que nos parecia ser o mais agradável aquela hora. Com uma lareira acessa bem na porta e o cardápio oferecendo uma rodada de Pisco com desconto, entramos na hora. O pedido não poderia ser outro, Pisco Sur. Estava louco para experimentar essa bebida.
                O Pisco é um água ardente com gradação alcoólica entre 38 e 48, obtida da destilação da uva, e o Pisco Sur é um drink preparado com pisco, suco de limão, açúcar e geralmente alguma erva (no nosso Rika Rika). A bebida é originária do Peru, mas muito comum por aqui.
                Nosso jantar no Lola saiu por $ 34.000.
                Além das bebidas pedimos umas pizzas e logo voltamos a para o camping. Todos estavam muito cansados.